Estudantes baianos desenvolvem protetor solar com folha da goiabeira; conheça projeto

Pesquisa mostrou que a folhagem da goiaba é rica em compostos capazes de combater efeitos dos raios ultravioleta, que causam danos à saúde humana.
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Alunos do Centro Territorial de Educação Profissional de Capim Grosso, no norte da Bahia, desenvolveram um protótipo de protetor solar com a folha da goiabeira. Estudantes do curso de análises clínicas observaram as propriedades fotoprotetoras da folhagem, que tem compostos capazes de combater os efeitos dos raios ultravioletas (UV).

O projeto foi criado por Ana Cecília dos Santos, Adrian Raphael Casarim, Geovana Thaís Paixão, Edna Daltro, Ana Carolina César, sob orientação da professora e farmacêutica Marília Sousa. O objetivo é oferecer uma solução de baixo custo à população, que enfrenta altas temperaturas e períodos de estiagem prolongada na região, mas tem pés de goiaba em fartura.

A estudante Geovana Thaís conta como surgiu a ideia de desenvolver o produto, usando como base o extrato da “Psidium guajava”, nome científico da goiabeira.

“A partir do estudo sobre as propriedades da folha, vimos que ela tinha uma ótima capacidade fotoprotetora, que nada mais é do que a capacidade de um produto ou substância de proteger a pele contra danos causados pela exposição à radiação ultravioleta (UV) do sol”, detalhou.

A pesquisa mostrou que a folha da goiaba tem diversos compostos capazes de combater a radiação UV:

  • Ácido ascórbico, conhecido como vitamina C, antioxidante que ajuda a neutralizar os chamados “radicais livres” gerados pela exposição excessiva ao sol;
  • Licopeno, pigmento que dá cor ao fruto e que é considerado um poderoso antioxidante;
  • Flavonóides, compostos vegetais com propriedades antiinflamatórias.
  • Antioxidantes são substâncias que protegem as células e o material genético da oxidação, processo de envelhecimento que ocorre naturalmente no organismo devido à produção de radicais livres, e que pode ser agravado por excesso de medicamentos, alimentação inadequada, tabagismo, alto consumo de bebidas alcóolicas e exposição solar, entre outros fatores.

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Folha da goiabeira é rica em antioxidantes, que ajudam a combater os radicais livres — Foto: Giselda PersonSegundo Adrian Raphael, o produto é sustentável, natural e não utiliza conservantes ou outro tipo de matéria-prima que possa agredir a pele. Entre os itens utilizados, estão alguns com alta capacidade de hidratação e recuperação da derme, como óleos de rícino e ureia. São somente seis ingredientes e o composto fica pronto em 24 horas.

“A gente corta a folha, mistura no soro, deixa 24 para retirar seu extrato. Depois nós misturamos óleo vegetal, óleo de rícino, ureia e propilenoglicol e vamos até dar um ponto específico que nós possamos ver a olho nu. Depois colocamos o óxido benzoico e vamos mexer de novo para homogeneizar tudo”, explicou Adrian Raphael.

Ana Cecília lembrou que o foco do estudo é a fotoproteção, entretanto, a goiaba é rica em nutrientes que trazem outros benefícios na pele. “Ela tem propriedades que ajudam na texturização, na tonalidade, ajudam contra o envelhecimento precoce e possui propriedades antissépticas, que combate bactérias causadoras da acne”, acrescentou.


Protetor solar à base da folha de goiabeira leva apenas seis ingredientes — Foto: Reprodução/TV São Francisco

Outra vantagem é o baixo custo de produção. De acordo com Marília Sousa, um frasco com 100 ml do protetor à base da folha de goiabeira poderá custar cerca de R$ 30 para o consumidor final, valor bem menor do que é praticado entre os produtos convencionais disponíveis no mercado.

O projeto é desenvolvido há um ano através Programa Ciência na Escola, da Secretaria de Educação do Estado (SEC) e agora passa por análises laboratoriais, para atestar o nível de capacidade fotoprotetora da “Psidium guajava”.

Antes de encaminhar para o laboratório, a equipe fez testes testes em luz natural. “Nosso projeto passou por todas as etapas de apresentação e fizemos teste de ‘queimagem’ para ver se tinha algum sinal de queimadura na pele. Não houve lesão e, depois disso, iniciamos a próxima fase dos testes”.

Marília informou que foi procurado o curso de Farmácia da Universidade Estadual de Feira de Santana para aprofundar essa etapa e a expectativa é de que até outubro deste ano todas as avaliações necessárias sejam concluídas.

Os estudantes, que têm entre 17 e 18 anos, estão animados para verem o produto criado por eles sendo utilizado pelas pessos e ajudando a salvar vidas. Eles lembram que o câncer de pele é o mais comum no Brasil, conforme o Instituto Nacional de Câncer (Inca), com mais de 175 mil novos casos por ano. O uso diário do protetor solar é essencial na prevenção da doença.

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por Redação 2JN – g1ba

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