A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta terça-feira (11) a urgência do projeto que quer mudar o regimento interno da Casa e permitir o afastamento de deputados de forma unilateral pela Mesa Diretora, sem apreciação do Conselho de Ética e Decoro. Durante a votação, o presidente Arthur Lira (PP-AL) chamou a atenção dos parlamentares por conta das recentes brigas registradas e informou que orientou a Polícia Legislativa a não mais intervir em episódios violentos.
Com a urgência aprovada, o projeto deve ser ir a plenário já na próxima quarta-feira (12), sem precisar passar pelas comissões. Apenas o Psol, pela esquerda, e o Novo, pela direita, foram contrários. Os demais partidos, preocupados com o clima no parlamento, deram aval ao projeto.
📱 NOTÍCIAS: entre na comunidade do 2JN no WhatsApp
“Em oito mandatos nunca vi o que está acontecendo aqui. O que eu vi na quarta passada foi algo combinado, que aconteceu em quatro ou cinco comissões simultaneamente. A posição do PSOL é contra urgência e mérito do PRC 32/24”, declarou o deputado Ivan Valente (Psol).
O projeto é assinado pelos sete membros da Mesa Diretora da Câmara, que são exatamente aqueles que terão as prerrogativas de afastar os colegas. O pano de fundo para a novidade foram as brigas envolvendo os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Éder Mauro (PL-PA), entre outros bolsonaristas, na sessão da Comissão de Ética que avaliava possível ação de cassação de mandato contra André Janones (Avente-MG).
LEIA TAMBÉM
“Não podemos mais continuar assistindo aos embates quase físicos que vêm ocorrendo na Casa e que desvirtuam o ambiente parlamentar, comprometem o seu caráter democrático e – principalmente – aviltam a imagem do Parlamento na sociedade brasileira”, declarou Lira.
Entenda o projeto
O todo-poderoso presidente da Câmara dos Deputados, responsável por capitanear a rebelião parlamentar que tenta de todas as formas promover um cerco ao governo Lula (PT) e deixá-lo fragilizado, agora tomou uma nova iniciativa em relação aos seus pares: quer mudar o regimento interno da Casa e permitir o afastamento de deputados de forma unilateral, sem apreciação do Conselho de Ética e Decoro.
Lira apresentou a melhor das intenções, mas, como bem sabemos, de boas intenções o inferno está cheio. Assim como o Congresso Nacional. Para o deputado alagoano, tal medida seria para conter os casos exaustivos de embate físico que vêm ocorrendo na Câmara, algo que já se tornou banal, muitas vezes envolvendo até agressões. É estranho o veterano parlamentar, uma raposa da política brasileira, não perceber que tal comportamento só teve início após a chegada da extrema direita bolsonarista à Casa.
E é justamente aí que mora o problema. Alguém acredita que os afastamentos arbitrários e unilaterais, partindo dele ou do presidente de alguma comissão (as mais importantes estão nas mãos de bolsonaristas e são nelas que a pancadaria vem correndo solta), serão voltados a esses integrantes ultrarreacionários que transformaram o local que deveria ser “a casa do povo” num circo de horrores?
Deputados do campo progressista afirmam que a verdadeira intenção de Lira seria a de ter nas mãos poderes para tirar de cena parlamentares da base do governo que fazem uma defesa aguerrida do Executivo federal e das pautas da esquerda. Após um embate qualquer, ou uma frase mais dura, o deputado estaria vulnerável e poderia ser punido, diferentemente dos bolsonaristas, que se sentiriam livres para seguirem com os ataques violentos.
A deputada federal Luiza Erundina (PSOL-SP), que na última semana precisou ser hospitalizada, chegando a permanecer por algumas horas numa UTI, por conta da selvageria bolsonarista, classificou a medida tentada por Lira como “absurdo”.
“O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira, quer votar ainda hoje um Projeto de Resolução que pode conceder a ele o poder de afastar deputados do exercício do mandato com medida cautelar antes mesmo de uma decisão do Conselho de Ética. É absurdo! PSOL votará não!”, postou em sua conta oficial no X (antigo Twitter).
Quem também se voltou contra as intenções de Lira foi o deputado Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), que chamou a ideia do presidente da Câmara de alterar o regimento interno da Casa para poder punir unilateralmente parlamentares de “autoritária”.
“Pode ser votado ainda hoje um projeto que concede ao presidente da Câmara, Arthur Lira, junto à Mesa Diretora, o poder de afastar deputados dos seus mandatos de forma cautelar, sem passar pelo Conselho de Ética. Uma medida absurda e autoritária, que vai acabar prejudicando quem se opuser a Lira e seus aliados”, reclamou Vieira também nas redes sociais.
Apelo Urgente do Jornal 2JN – A QUEM POSSA!
O 2JN é um jornal independente para dirimir questões sócio-políticas que abrange o nosso país nesse momento crucial.
Não temos apoios públicos e partidários e por esse motivo as dificuldades financeiras vem tentando nos impedir de continuar.
Como Ajudar? Como Ajudar?
Click em
Crie Sua Loja Virtual Gratuita em Plataforma Weebly em Questão de Minutos
por Redação 2JN- RevsitaForum
Modelos de Sites Jornalísticos/TV e Radio Web/Lojas Virtuais da PescWeb
A Melhor Hospedagem Web pelo melhor preço do Brasil