Três pessoas foram encontradas em situação similar a de escravo nas casas clandestinas para pessoas com transtornos mentais fechada em Feira de Santana no sábado (14). A informação foi divulgada pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) nesta segunda-feira (17).
O local foi alvo de uma operação conjunta deflagrada pelo MP-BA, Ministério Público do Trabalho, Ministério do Trabalho e Emprego, Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Estado, Polícia Federal e Polícia Civil na sexta-feira (14).
O Ministério Público informou que o dono das unidades foi conduzido à delegacia, mas não foi informado se ele foi preso.
Não foram informadas quais eram as atividades desenvolvidas pelas pessoas encontradas em situação similar a de escravo, mas o MP-BA especificou que uma delas era paciente da instituição, que trabalhava no local para pagar o tratamento. Além delas, 60 pacientes foram achados em situação de extrema vulnerabilidade.
De acordo com os órgãos, os pacientes viviam em situação insalubre e os dois endereços do estabelecimento não atendiam os requisitos mínimos para a internação involuntária. O local não prestava atendimento médico satisfatório e não contava com equipe técnica multidisciplinar.
Durante a operação realizada na sexta-feira, os pacientes passaram por exames de corpo de delito e por avaliações psiquiátricas. Depois dos exames, oito deles foram internados no Hospital Especializado Lopes Rodrigues; três pessoas acamadas foram encaminhadas para atendimento médico de urgência nas UPAs 24h do Município de Feira de Santana e 31 residentes retornaram ao convívio familiar. Os demais residentes da casa estão sendo acompanhados por equipes socioassistenciais.
Segundo o MP-BA, processo de interdição do estabelecimento clandestino está em andamento.
Investigações
As investigações começaram no dia 10 de abril. Foram feitas inspeções no local e as Secretaria de Saúde do Estado da Bahia e as Secretarias Municipais de Saúde e de Assistência Social de Feira de Santana foram acionadas.
Na sexta-feira, a operação foi deflagrada e a maioria dos pacientes foram realocados em outras instituições ou voltaram para as casas de suas famílias.
Nesta segunda-feira (17), os órgãos seguem apurando as condições dos demais trabalhadores do local. Os funcionários resgatados do trabalho similar à escravidão estão sendo acompanhados na esfera trabalhista.
por Redação 2JN – g1ba
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