Rússia diz ter capturado Mariupol mas desiste de atacar último ponto de resistência
O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, informou ao presidente Vladimir Putin que cerca de 1.500 soldados ucranianos se renderam, mas que há ainda cerca de 2 mil combatentes inimigos escondidos nos subterrâneos da fábrica Azovstal – que tem 6 km² e muitos túneis e galpões. Segundo Shoigu, eles “estão cercados e o perímetro da siderúrgica está bloqueado com segurança”.
O complexo de Arzovstal tem uma das maiores metalúrgicas da Europa inteira e fica no porto da cidade, considerada estratégica pela Rússia justamente por ter saída para o mar de Azov e estar entre as regiões separatistas de Donetsk e Luhansk e a da Crimeia, que foi anexada por Moscou em 2014.
Considero que o ataque proposto na zona industrial não é apropriado.
Putin prometeu salvar a vida dos que se renderem.
“Proponham mais uma vez a todos aqueles que não entregaram as armas que o façam, o lado russo garante a vidas e que serão tratados com dignidade”, afirmou.
Putin abandona plano de atacar fábrica
Putin já teria parabenizado o Exército russo pelo sucesso na operação na região e também teria ordenado para não atacar a fábrica. Segundo agências internacionais de notícias, o presidente russo abandonou os planos de atacar o complexo industrial para esperar que os militares ucranianos entrincheirados se rendam.
O presidente da Rússia disse ainda que, após o sucesso da operação em Mariupol, quer preservar vidas de soldados e civis na cidade.
Corredor humanitário
Após a Rússia afirmar que tomou Mariupol, a vice-primeira-ministra da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, exigiu nesta quinta que os russos permitam a saída urgente de civis e soldados feridos da usina Azovstal, por meio de um corredor humanitário. Ela não confirmou que a cidade portuária caiu e está em poder dos invasores.
“Há cerca de 1.000 civis e 500 soldados feridos lá. Todos eles precisam ser retirados de Azovstal hoje”, disse Vereshchuk em um post em rede social.
Passou de 5 milhões o número de pessoas que deixaram a Ucrânia desde que a Rússia invadiu o país. Na quarta-feira (20), pouca gente conseguiu fugir da cidade portuária de Mariupol – um dos maiores alvos na ofensiva e que estava sitiada há semanas.
Uma nova tentativa foi feita para retirar cerca de 6 mil civis de Mariupol, mas foram poucos os que conseguiram embarcar nos ônibus. O prefeito informou que 100 mil moradores permanecem na cidade sitiada.
A Azovstal, fundada há quase 90 anos, na era soviética, chegou a empregar mais de 10 mil pessoas até a invasão russa.
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por g1
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