Rio: Dino envia reforços para combater milicianos; Carlos Bolsonaro culpa “narcotráfico” divulgando em nova fake

Onda de violência ocorreu após morte de Faustão, herdeiro da milícia "Bonde do Zinho", uma das maiores do estado, que atua principalmente na zona oeste da capital fluminense.
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O avanço da violência desencadeada pela milícia “Bonde do Zinho”, uma das maiores do Rio de Janeiro, o ministro da Justiça Flávio Dino anunciou na noite desta segunda-feira (23) que enviará reforços das forças federais para o estado para atuarem em conjunto com as polícias fluminenses. Além disso, a cúpula da pasta estará reunida nesta terça-feira (24) para definir novas ações.

“Amanhã estarão no Rio o Secretário Executivo Ricardo Cappelli; o Secretário Nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar; e o Comandante da Força Nacional, coronel Alencar. Irão reunir com as nossas Superintendências da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal. Também com as equipes dos governos estadual e municipal. Estamos mantendo e ampliando operações diárias no Rio, no que se refere à competência federal, com realização de prisões, investigações, patrulhamento e apreensões. Vamos aumentar mais ainda as equipes federais, em apoio ao Estado e ao Município. Em um sistema federativo, temos que respeitar os demais entes da Federação e buscar ações convergentes, o máximo quanto possível. Foi assim que agimos em outros estados que atravessaram crises de Segurança neste ano de 2023. Teremos novas decisões nos próximos dias, sob orientação do Presidente Lula”, escreveu Dino no X, antigo Twitter.

Na mesma rede, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) divulgou um vídeo e culpou “o narcotráfico tomando conta do Brasil”, propagando nova fake news para incitar os apoiadores radicais do pai, Jair Bolsonaro (PL).

Membro do clã Bolsonaro, que tem estreitas ligações com milicianos da zona Oeste do Rio, onde atua o “Bonde do Zinho”, o vereador ataca a ação do governo federal na segurança do Rio, que é de competência do governador Cláudio Castro, apoiador do pai e filiado a seu partido, o PL.

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“Por que não se vê aqueles porcarias de sempre irem para as redes sociais, chamarem coletiva de ‘imprensa’ e dizerem que vão botar a PF para investigar e esparramarem merda pra todo lado como se fossem pombos cheios de orgulho? Quem tem dois neurônios sabe a resposta cabulosa”, publicou Carlos, em texto confuso.

Milicianos
Nesta segunda, ao menos 35 ônibus, um caminhão e um trem foram incendiados depois que o miliciano Matheus da Silva Rezende, conhecido como Faustão, foi morto por agentes da Polícia Civil.

Faustão era sobrinho de Luis Antonio da Silva Braga, o Zinho, líder da milícia “Bonde do Zinho”, uma das maiores do Rio que controla boa parte da zona oeste e parte da Baixada Fluminense, e cotado para assumir o lugar do tio no futuro.

A Operação Dinastia – que vitimou Faustão – ocorreu na área de Três Pontes, em Paciência. Moradores relataram tiroteios ao longo do dia.

Ecko e a liderança da milícia
Faustão, morto nesta segunda (23), é sobrinho de Zinho e era o principal candidato a substituí-lo na liderança do Bonde do Zinho, uma das principais milícias do Rio de Janeiro. Ele era apontado como o “principal homem de guerra” do tio e frequentemente chefiava rondas e operações.

Por sua vez, Zinho herdou a milícia de Wellington da Silva Braga, o Ecko, morto em 12 de junho de 2021 pela Polícia Civil quando ia visitar a mulher e os filhos na Comunidade das Três Pontes, em Paciência, na zona oeste do Rio.

A Polícia Civil, que já monitorava o miliciano seis meses antes, cercou a casa por volta das 8 horas da manhã, em uma operação chamada “Dia dos Namorados”. Ao notar a chegada dos agentes, Ecko tentou fugir, foi baleado com dois tiros no peito e chegou ao Hospital Municipal Miguel Couto, para onde foi levado já sem vida.

Jerominho e a Operação Dinastia
A Operação Dinastia, que vitimou Faustão e desatou o caos miliciano na zona oeste do Rio nesta segunda (23), se originou em 2022 quando Jerônimo Guimarães Filhos foi executado em Campo Grande. Jerominho, como era conhecido, era ex-vereador e chefe de outra milícia, a Liga da Justiça.

Em diálogo interceptado pela Polícia Civil, Faustão comentava o crime com Latrell (Rodrigo dos Santos). Com frases como “resolver logo esses velhos” e “praga do caralho”, os investigadores passaram a desconfiar que a dupla estaria planejando os ataques ao miliciano mais antigo.

Jerominho foi morto em 4 de agosto de 2022 nas ruas de Campo Grande. De acordo com testemunhas, ele caminhava quando foi baleado na perna e no abdômen por homens que passaram de carro portando fuzis. Ele tinha 73 anos. Em vídeo divulgado no Twitter, registrado logo após o crime, o homem que estava gravando confirma a identidade de Jerominho e diz que “o carro passou e sentou-lhe o dedo”.

Vereador do Rio de Janeiro pelo PMDB por dois mandatos, entre 2000 e 2008, Jerominho ficou conhecido por terminar o segundo mandato na cadeia. Ele foi um dos 227 indiciados pela CPI das Milícias em 2008 e ficou 11 anos preso por haver criado e liderado a Liga da Justiça em 1995. A organização é conhecida como a primeira milícia de Campo Grande, local de vida e morte para Jerominho. Entre seus crimes estariam listados homicídios, extorsões e comercialização ilegal de gás e água.

Solto no final de 2018, no ano seguinte flertou com a possibilidade de sair candidato para deputado federal nas eleições deste ano. Em 2020, a família de Jerominho foi alvo de uma operação da Polícia Federal, que teria descoberto o interesse familiar em ocupar cargos no Executivo e no Legislativo, a fim de recuperar poder e prestígio na região.


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por Redação 2JN – revista forum

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