O PSDB decidiu adiar a indicação do candidato a vice-presidente na chapa da senadora Simone Tebet (MDB-MS). O partido anunciaria um nome para ocupar o posto nesta quarta-feira, dia em que tanto tucanos e emedebistas farão suas convenções nacionais. O favorito para ficar com a vaga era o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), mas ele passou a demonstrar resistência em ser o companheiro de Tebet na corrida presidencial, sobretudo depois que se acentuaram entraves entre as duas legendas nos estados.
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Com o adiamento, o PSDB deixará a escolha do vice a cargo do presidentes do partido, Bruno Araújo, e do Cidadania, Roberto Freire, já que as duas sigla formaram uma federação. Agora, a escolha deve ser anunciada até o fim do período das convenções, que termina em 5 de agosto. Caso Tasso não assuma a vaga, uma opção é que o posto fique com a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), colega de Tebet no Senado e presidente da bancada feminina na Casa.
A decisão para adiar a indicação foi tomada pelos tucanos após uma reunião da Executiva do partido na tarde desta terça-feira. A sigla se reuniu na véspera da convenção partidária para debater a aliança. O encontro oficial do partido acontecerá amanhã, em Brasília, em modelo híbrido — isto é, de forma virtual e presencial.
Apesar de inicialmente ter se movimentando para fortalecer a candidatura de Tebet ao Planalto, Tasso se desmobilizou em manter a aliança devido às resistências dos dois partidos a cederem nos estados. Nos 15 estados onde ao menos uma das siglas tem candidato ao governo local, em apenas dois (Alagoas e Pará) PSDB e MDB já definiram que estarão juntos na disputa estadual, mas nenhum deles garante palanque exclusivo à senadora na corrida nacional.
Em nota, Tasso reforçou que estará ao lado de Tebet na disputa presidencial, mas afirmou que a definição do vice “depende de uma série de conversas e entendimentos internos de sentido político e eleitoral”.
“Fui um dos primeiros a manifestar meu entusiasmo pela candidatura da Simone. Acho uma candidatura preparadíssima, e ela é capaz de unir o Brasil. No entanto, a definição da vice depende de uma série de conversas e entendimentos internos de sentido político e eleitoral, em que o propósito final será encontrar aquilo que seja o melhor para a candidatura. Qualquer que seja a decisão, estarei do lado dela”, disse.
Um dos principais entraves para a indicação do vice à chapa de Tebet é o apoio do MDB à reeleição do ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite, que deixou o cargo numa tentativa frustrada de se candidatar à Presidência. Os emedebistas garantiram aos tucanos que endossariam a campanha de Leite no estado, mas, até agora, o acordo no estado não foi totalmente concretizado e tem sido alvo de resistência por parte de líderes do MDB na região.
O presidente do Cidadania, porém, afirmou que Tasso ainda não bateu o martelo se desistirá ou não de ser vice de Tebet.
- — Havia muita especulação que ele não estava com disposição de ser o vice, mas não estou confirmado [de que desistiu do posto]. Isso só vai ser discutido depois — disse Freire ao Globo.
Há um receio entre os tucanos a respeito da candidatura de Tebet, que tem sido alvo de ofensivas internas do MDB. Uma ala de caciques medebistas se movimentam para que a sigla retire a senadora da disputa e apoie, logo no primeiro turno, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com membros do PSDB ouvidos pelo GLOBO, uma parcela considerável do partido está insatisfeita com a aliança em prol da candidatura de Tebet, visto que a senadora não tem o apoio maciço do próprio partido. Os tucanos abriram mão de ter um candidato próprio para endossarem a presidenciável.
- — O MDB deve colocar a mão em sua consciência e apoiar Simone Tebet, assim como o PSDB está fazendo. O PSDB, com toda sua história, abriu mão de uma candidatura própria para endossar a senadora. A gente espera que o MDB faça o mesmo — disse o tesoureiro do PSDB, Cesar Gontijo.
Ao GLOBO, o presidente do MDB, Baleia Rossi, afirmou que não vê problemas no fato do PSDB não indicar o vice de Tebet amanhã. Para o dirigente partidário, o principal é a confirmação da candidatura da senadora por parte do próprio partido, o que garante que vai acontecer, e o apoio dos tucanos e do Cidadania a ela.
- — [Vejo o adiamento] com absoluta tranquilidade. O importante é que os três partidos saiam amanhã com a candidatura de Simone Tebet. O MDB vai homologar a candidatura e o PSDB e Cidadania vão apoiá-la — disse Baleia.
O presidente medebista também rebateu os questionamentos a respeito as ofensivas internas contra a candidatura da senadora e a falta de aliança entre MDB e PSDB nos estados:
- — A resposta nós vamos ter amanhã no resultado da convenção. A grande maioria dos diretórios, mesmo aqueles que por ventura tenham acordo regional com Lula, vão participar da convenção e votar pela confirmação da candidatura de Simone. É natural que nos estados em que há acordos com outros partidos existam palanques duplos ou triplos. Não há falta de apoio à Simone.
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por Redação 2JN – oglobo
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