Por que Élcio de Queiroz decidiu fazer delação sobre execução de Marielle após 4 anos preso

Motivo seria quebra de confiança. Lessa, apontado como autor dos disparos, teria mentido ao dizer que não pesquisou sobre a vereadora. Élcio relatou que, antes do crime, Lessa indicou que vítima estava saindo da Casa das Pretas.
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O ex-PM Élcio Queiroz, réu pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, foi convencido a fazer uma delação premiada após desconfiar de Ronnie Lessa, apontado como ser o seu comparsa no crime. Os dois estão presos em Rondônia e vão a júri popular pelas execuções.

Apontado como o autor dos disparos, Lessa teria dito ao comparsa que não fez pesquisas sobre Marielle. Após desdobramentos do caso, Élcio descobriu que o amigo mentiu, que polícia encontrou rastros da pesquisa e, com a quebra da confiança, decidiu fazer a delação, de acordo com a Polícia Federal.

“O convencimento do Élcio (para delatar) foi porque o Ronnie garantiu que não tinha feito pesquisa em Marielle e isso gerou uma desconfiança por parte de Élcio”, disse o delegado Jaime Cândido, da Polícia Federal, durante entrevista coletiva nesta segunda-feira (24).

Na delação, Élcio confessou participação no crime, disse que Ronnie Lessa matou Marielle e deu outros detalhes do atentado.
No documento, a que o g1 e a GloboNews tiveram acesso, Élcio é questionado várias vezes se sabia de alguma pesquisa prévia a respeito da vítima, Marielle. Ele responde que não tinha certeza.

No depoimento, ele revela que os dois ficaram aguardando a vítima na saída da Casa das Pretas, e que Ronnie Lessa apontou quem era Marielle.


Infográfico mostra como foi o assassinado de Marielle Franco — Foto: Editoria de Arte/G1

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A pesquisa para chegar até o local, de acordo com Élcio, foi feita no Instagram da própria vereadora, que divulgou o evento naquele dia, 14 de março de 2018.

“No momento que ela saiu, ele falou: ‘É ela’. Aí ela deu a volta, só que ela fala com uma pessoa. Eu achei que essa senhora estava se despedindo dela. Mas não, só que essa pessoa entrou no carro”, relatou Élcio.

“Achei que ia abortar a missão, mas ele falou pra ficar tranquilo que não ia pegar nela não, ele me tranquilizou.”

No carro, estavam a vereadora, o motorista Anderson e a assessora Fernanda Chaves, que sobreviveu (nesta segunda, ela se mostrou otimista com as novas revelações do caso).

Élcio disse que Lessa sabia exatamente quem era Marielle, mas não sabia qual era o veículo ou se ela andava com algum motorista.

“Não, do veículo não sabia, ele não falou nada não; ele desconfiou porque o cara estava em pé ali na porta com o celular, ele achou que era aquele veículo ali”, contou.

No depoimento já homologado pela Justiça, Élcio confessou que dirigiu o Cobalt prata usado no ataque e afirmou que Ronnie de fato fez os disparos com uma submetralhadora contra Marielle.

Élcio disse ainda que o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, fez campanas para vigiar a vereadora e participaria da emboscada, mas acabou trocado por ele.

Suel foi preso nesta segunda-feira na Operação Élpis, primeira fase da investigação que apura os homicídios de março de 2018.



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por Redação 2JN – g1

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