PL do Estupro: Autor é desmentido por médicos e ameaça mulheres

Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), em sua cruzada para criminalizar meninas adolescentes, teria apresentado versão fraudulenta de caso real
0

O deputado federal bolsonarista Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), autor do PL do Estupro, foi desmentido nesta segunda-feira (17) pelos médicos que citou mais cedo na Câmara dos Deputados em sessão que debatia o projeto. Ele resgatou um caso de 2020 em que uma menina capixaba engravidou após ser vítima de abuso sexual, e citou os médicos ao apresentar a história de forma fantasiosa.

A menina tinha 10 anos e teve a cirurgia de aborto negada no Espírito Santo. Transferida para Recife (PE), conseguiu receber o atendimento devido. Sóstenes afirmou que os médicos do Centro Integrado de Saúde Amauri Medeiros (Cisam) teriam se recusado a fazer o procedimento uma vez que a gravidez da vítima já avançava 23 semanas.

📱 NOTÍCIAS: entre na comunidade do 2JN no WhatsApp

“Para a surpresa dos que haviam organizado a transferência, os médicos dos diversos plantões do serviço de aborto do Cisam também se recusaram a realizar o procedimento. O doutor Olímpio de Moraes, diretor da unidade, então dirigiu-se pessoalmente ao Cisam e, tomando a si a menina para exame, aplicou injeção de cloreto de potássio no coração do nascituro, causando-lhe morte instantânea por assistolia. Em seguida, disse aos colegas: ‘O concepto está morto, não há mais o que discutir, podem realizar o aborto’”, declarou.

Horas depois, questionado pela Folha, Olímpio Moraes desmentiu o parlamentar e apontou que sua versão do episódio é fantasiosa. Ele disse que, ao contrário da narrativa do bolsonarista, não foi ele quem realizou o procedimento, mas a equipe do Cisam.

LEIA TAMBÉM

“Não houve resistência da equipe. Eu era diretor da maternidade, não plantonista, e não faço procedimentos”, afirmou o médico.

Nésio Fernandes, o então secretário de Saúde do ES, também foi citado por Cavalcante e o desmentiu. Ao contrário de um jato particular, como dito pelo deputado, a criança foi transferida por um avião de carreira.
A ameaça caso o projeto não seja aprovado

Também à Folha, Sóstenes Cavalcante afirmou que quer o projeto aprovado antes das eleições municipais de outubro. Ele declarou que espera que os deputados “que são pró-vida” o apoiem. O ex-líder da bancada evangélica considera que terá o apoio do chamado ‘centrão’, a quem reconhece afinidade com o que chama de “pró-vida”.

No entanto, dada a pressão popular, o apoio ao projeto tem caído na Câmara. Em enquete no site da Câmara, por exemplo, 88% disseram discordar totalmente do texto. Questionado sobre isso, disparou uma verdadeira ameaça aos direitos das mulheres.

“É um projeto light, não é nada radical. O Estatuto do Nascituro é muito mais pró-vida que esse, que é um meio termo. Mas se não quiserem votar esse, a gente vota o Estatuto do Nascituro”, disparou.

O projeto em questão foi apresentado em 2007 pelos então deputados Luiz Bassuma (PV-BA) e Miguel Martini (PHS-MG). Prevê a inclusão dos “direitos do feto” na legislação brasileira, que valeriam desde a concepção. Além disso, também busca enquadrar o aborto como crime hediondo.

Apelo Urgente do Jornal 2JN – A QUEM POSSA!

O 2JN é um jornal independente para dirimir questões sócio-políticas que abrange o nosso país nesse momento crucial.
Não temos apoios públicos e partidários e por esse motivo as dificuldades financeiras vem tentando nos impedir de continuar.
Como Ajudar? Como Ajudar?

Click em


Crie Sua Loja Virtual Gratuita em Plataforma Weebly em Questão de Minutos




Siga a coluna no Twitter e no Instagram para não perder nada.

por Redação 2JN-revsitaforum

Modelos de Sites Jornalísticos/TV e Radio Web/Lojas Virtuais da PescWeb


A Melhor Hospedagem Web pelo melhor preço do Brasil