O Ministério Público da Bahia (MP-BA) denunciou à Justiça o delegado Antônio Carlos Magalhães, que é acusado de assédio sexual e injúria por policiais civis que trabalharam com ele em Salvador. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (18) pelo órgão.
Quatro servidoras denunciaram o suspeito, porém apenas duas são mencionadas: uma investigadora e uma escrivã, que relatam situações ocorridas entre 15 de abril e 19 de setembro deste ano, dentro da 28ª Delegacia Territorial (DT/Nordeste de Amaralina) de Salvador. A unidade era comandada pelo delegado até setembro, quando ele foi exonerado por causa dos relatos.
Se a Justiça aceitar a denúncia, o delegado passará a ser réu no processo. A primeira audiência de instrução criminal está agendada para o final de janeiro. Também nesta quarta, foi decretado segredo judicial no processo da ação penal.
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28ª Delegacia, no Nordeste de Amaralina, em Salvador — Foto: Juliana Almirante/G1
A denúncia cita relatos de testemunhas para afirmar que o delegado usou da posição hierárquica para constranger as servidoras com “atos libidinosos, elogios inapropriados e ofensas verbais”.
Contra uma das vítimas, Antônio Carlos teria praticado toques no corpo de uma das mulheres sem consentimento dela, e aproximações invasivas, além de comentários ao pé do ouvido, inclusive sobre a aparência física, dizendo que ela era “linda e maravilhosa”.
Já contra a escrivã, conforme detalha a investigação, o delegado é acusado de injúria, por ofensas, como chamar a servidora de “burra”, e ameaças, ao falar que iria “marcar a vida” da mulher.
As policiais foram transferidas para outra unidade em outubro, após período em licença médica. Elas estão sob acompanhamento de psicólogos do Departamento de Gestão de Pessoas, Saúde e Valorização Profissional (DPSV). Já o delegado foi indiciado no mês passado, após exoneração.
O que já disse o delegado
Em nota enviada à reportagem depois que o caso se tornou público, Antônio Carlos disse que as denúncias são “inverídicas e de cunho político” e partem de uma “ardilosa armação” para manchar a imagem dele. O delegado havia ressaltado ainda que trabalha há 25 anos na polícia, enquanto as mulheres que o acusam estariam há apenas quatro meses na instituição. Veja a resposta completa abaixo:
“Eu trabalho na Polícia há 25 anos, e a Instituição sempre foi prioridade em minha vida, inclusive, por diversas vezes, acima da minha família. As acusações partiram de servidoras que estão há apenas 04 meses de carreira policial. Ao longo da minha caminhada sempre preservei pelo profissionalismo e boa conduta.
Toda delegacia por onde passei tive um grande desempenho que foi reconhecido pela Secretaria de Segurança Pública e principalmente pela comunidade local.
Não tenho dúvida que se trata de uma ardilosa armação para manchar a minha imagem perante a Polícia e a sociedade, mas confio na justiça que não serão falsas acusações de pessoas de pouco meses na Instituição que vão depreciar a minha reputação.
O trabalho que eu cobro dos policiais é o trabalho que eu faço, é atender bem a população, fazer operação na rua, garantir a segurança e paz, mas infelizmente nem todos querem fazer isto ou se comprometer 100% com a Polícia, e quando são obrigados a trabalhar no que não desejam agem de total má-fé, como estão fazendo comigo.
As acusações contra mim são inverídicas e de cunho político e serão devidamente rechaçadas no momento oportuno com minhas declarações que irão apontar o real motivo destas, além de que no curso do procedimento será provada a minha inocência.
O inimigo pode estar de pé agora, mas Deus é a minha verdade e o meu escudo!”
por Redação 2JN – g1ba
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