A pouco mais de dois meses para as eleições 2022, a candidatura da senadora Simone Tebet (MDB) à Presidência da República corre risco de não ir para frente.
A avaliação é dos analistas que participaram da edição da última quarta-feira (20) do Timing Político, exibido pelo canal do InfoMoney no YouTube. Assista à íntegra do programa pelo player acima ou clicando aqui.
“Na segunda-feira, teve uma reunião importante do ex-presidente Lula, do PT, com ‘caciques’ do MDB, principalmente do Nordeste, em que eles declararam apoio ao Lula. Tinha ali quase a metade dos estados [da região] representados e todos eles declarando apoio ao Lula”, disse Júnia Gama, analista de política da XP.
“No dia seguinte, esses mesmos ‘caciques’ foram conversar com o ex-presidente Michel Temer, pedindo que ele consiga trabalhar para unir o partido em torno de uma neutralidade. Eles gostariam muito que a candidatura de Simone Tebet nem fosse oficializada pelo partido, porque assim eles ficam mais livres para apoiar Lula nos estados, para dar palanque para o Lula, e assim também conseguirem mais votos”, completou.
Segundo Júnia, Temer teria dados sinais de que poderia sim atender a esse pleito, ou pelo menos tentar prorrogar um pouco a convenção do partido, evento online que por ora está marcado para o dia 27 deste mês. A intenção seria mudá-lo para 5 de agosto, data-limite determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que as siglas façam suas convenções.
Além da desunião interna em seu partido, Tebet também enfrenta pressão pelo baixo desempenho nas pesquisas de intenção de voto — segundo o último levantamento Datafolha, divulgado em junho, ela tem 1% das intenções de voto no primeiro turno.
Para o cientista político Carlos Melo, professor do Insper, caso seja confirmado o fim da candidatura de Tebet ao Planalto, seus votos devem ser divididos.
“Parte vai migrar para o Lula, outra parte vai migrar para o Bolsonaro. É o que acontece com o MDB. O MDB pensado nacionalmente, vai ser assim. O Nordeste vai ficar com o Lula, o Sudeste e o Sul do MDB vão ficar com Bolsonaro, uma parte vai votar nulo. Agora, como é um contingente muito pequeno, talvez a gente nem sinta o efeito da eventual retirada dela”, disse.
O especialista em marketing político Lula Guimarães explicou que as convenções dos partidos não têm muito peso nas decisões de voto do eleitor comum: “é um evento mais voltado à mídia”. Segundo ele, o eleitor vai ser muito mais influenciado quando começarem as campanhas na televisão, no próximo mês.
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por Redação 2JN
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