Artistas participam de campanha para arrecadar doações para as Obras Sociais Irmã Dulce

Instituição enfrenta pior crise financeira desde sua existência
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“Quero levar o meu canto amigo a qualquer amigo que precisar / Eu quero ter um milhão de amigos e bem mais forte poder cantar”. Esse é um trecho da música Eu Quero Apenas, de Roberto Carlos, que será cantada por vários artistas baianos, entre eles Margareth Menezes e Durval Lelys, em uma campanha para ajudar um dos maiores complexos de saúde do país: as Obras Sociais Irmã Dulce (Osid). A instituição, com atendimento 100% gratuito, enfrenta a pior crise financeira da sua história e precisa de doações para se manter.

A campanha, encabeçada pela agência Ideia 3, tem como tema Um Milhão de Amigos Para Irmã Dulce e a intenção é justamente essa. Moacyr Maciel, diretor da empresa, que é parceira da Osid há 15 anos, explica que a ação pretende ”fazer amigos”, porque a amizade é feita através da constância: “Amigo não é amigo só por um dia. Amigo é pra sempre. Queremos que a pessoa doe todo mês, por mais que seja um valor pequeno”.

A Osid é responsável pela realização de 3,5 milhões de procedimentos ambulatoriais por ano na Bahia e está com um déficit operacional de R$ 24 milhões, valor que ainda pode ser acrescido em R$ 20 milhões até o final de 2022 – resultando em um déficit acumulado da ordem de R$ 44 milhões. “Precisamos da ajuda da ajuda da sociedade para nos ajudar a não fechar o ano no vermelho”, declara a assessora de marketing da Osid, Mariana Pimentel.

De acordo com a superintendente da Osid, Maria Rita Pontes, a crise financeira é resultado da insuficiência dos valores recebidos em razão dos serviços prestados ao Sistema Único de Saúde (SUS), derivado de contrato designado de Plano Operativo. O contrato em questão não possui cláusula de reajuste, de modo que a remuneração paga à instituição mantém-se inalterada ao longo dos últimos cinco anos, sendo insuficiente para cobrir os custos dos serviços.

“Precisamos, mais do que nunca, da ajuda de todos vocês para seguirmos atendendo à população, principalmente o pobre, o doente, aquele que mais precisa”, ressalta Maria Rita.



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Embaixadora da Osid, Margareth Menezes gravou sua parte da campanha em um estúdio na Pituba, nesta quarta-feira (8), e ressalta que esse é o momento de doar, compartilhar e apoiar o trabalho feito pela instituição. “Essa ação abraça a Osid, que favorece milhares de pessoas com atendimento e acolhimento gratuito. É um prazer cantar essa música na intenção desse abraço, é uma honra estar aqui somando forças”, afirma a cantora.Já Tuca Fernandes conta que um dos dias mais felizes da sua vida foi quando ele foi convidado para ser embaixador da Osid. “Eu conheci a Santa Dulce em vida. Meu pai e minha mãe eram apaixonados por ela. Esse é um legado maravilhoso que ela deixou”, expôs o artista. “É uma honra para mim poder ajudar, é sempre muito emocionante para mim fazer qualquer coisa para Santa Dulce”, completa.

Durval Lelys declara que a irmã Dulce, primeira brasileira a ser canonizada pelo Vaticano, foi um presente divino que a Bahia ganhou: “Tudo que a gente puder fazer é pouco para o que ela fez pra todos nós em vida. Deus nos abençoou com essa missão de continuar com o legado dela e fazer o bem vai nos levar ao caminho da luz”.

Quem também participa da campanha é a cantora baiana Ana Mametto. Ela assegura que nunca foi tão bem tratada em nenhum outro lugar como foi no hospital da Osid. “É um lugar que precisamos dar as mãos, abraçar os amigos e arrecadar o máximo que a gente puder para mantê-lo”, finalizou a artista.

O cantor do Grupo Batifun, Júnior Luiz, é médico no Hospital Santo Antônio, que faz parte da Osid e vivencia todos os dias as dificuldades que a instituição enfrenta diariamente. “Muitas vidas são salvas, muitas pessoas são ajudadas todos os dias naquele hospital”, garante o profissional. “Esses artistas vão ajudar a gente a fazer essa campanha se espalhar e eu espero que todo mundo possa ajudar essa instituição que merece demais”, completa.

Um parente do cantor Alexandre Leão precisou ser tratado no mesmo hospital no ano de 2021. “Ele não tinha plano de saúde e foi muito bem tratado na instituição. Nós baianos sabemos a dívida que a Bahia tem com as Obras Sociais Irmã Dulce e é nossa obrigação ajudar a mantê-la”, argumentou.

Além dos artistas, pacientes, funcionários, voluntários e alunos da Osid foram ao estúdio para gravar a música de Roberto Carlos que será utilizada na campanha.

Para ser um amigo das Obras Sociais Irmã Dulce, é possível doar qualquer quantia através de diversos canais: PIX deuslhepague@irmadulce.org.br; ou efetuar uma doação a partir do site www.irmadulce.org.br/doeagora. Mais informações sobre como ajudar podem ser obtidas também através da Central de Relacionamento com o Doador, no telefone (71) 3316-8899.

Histórico
A Osid hoje é uma das mais respeitadas instituições filantrópicas do Brasil e responde por números expressivos de atendimento junto à população: São 3,5 milhões de procedimentos ambulatoriais por ano na Bahia; 2,9 milhões de pessoas acolhidas por ano no estado; 23 mil cirurgias e 43 mil internamentos realizados anualmente na Bahia; 2,1 milhões de refeições servidas por ano para os pacientes; 954 leitos hospitalares somente na sede da Osid, em Salvador; 10,8 mil atendimentos por mês a pessoas com deficiência, na capital baiana; 9 mil atendimentos mensais para tratamento do câncer em Salvador.

Entre o público acolhido pela instituição, estão pacientes oncológicos, idosos, pessoas com deficiência e com deformidades craniofaciais, crianças e adolescentes em situação de risco social, dependentes de substâncias psicoativas, pessoas em situação de rua e demais usuários do SUS. Além da Saúde, a entidade baiana presta ainda assistência à população de baixa renda nas áreas da Assistência Social, Pesquisa Científica, Ensino em Saúde, Ensino Fundamental e na preservação e difusão da memória de sua fundadora.

A Osid é fruto da trajetória de amor e serviço de Santa Dulce dos Pobres, que peregrinou durante mais de uma década em busca de um local para abrigar pobres e doentes recolhidos das ruas de Salvador. As raízes da instituição datam de 1949, quando Irmã Dulce, sem ter para onde ir com 70 doentes, pede autorização a sua superiora para abrigar os enfermos em um galinheiro situado ao lado do Convento Santo Antônio, na capital baiana. O episódio fez surgir a tradição de que o maior hospital da Bahia nasceu a partir de um simples galinheiro.


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