Após 40 anos, descoberta de fóssil de feto de preguiça gigante encontrado no país é divulgada
Há 40 anos, um fóssil de um feto de uma preguiça gigante foi encontrado no Brasil. A ossada da mãe, prenha do filhote, também estava em bom estado. As descobertas inéditas foram feitas na Bahia e divulgadas só agora pelo responsável pela pesquisa, o paleontólogo do Museu de Ciências Naturais da PUC Minas e doutor em Morfologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Cástor Cartelle Guerra.
“Há anos descobri um esqueleto de preguiça extinta. Durante a escavação, a grande surpresa: era uma fêmea e com o feto. Isso é um achado mais do que raro, é raríssimo”, disse o pesquisador.
O feto, encontrada em uma gruta, na cidade de Campo Formoso (BA), é da espécie Nothrotherium Maquinense, mesmo animal descoberto pelo paleontólogo Peter Lund, na Gruta de Maquiné, em Cordisburgo, na Região Central de Minas Gerais, em 1836.
Esta espécie teria vivido no Brasil há mais de 20 mil anos.
Pesquisa
A pesquisa de Cartelle Guerra começou a ser feita há 40 anos, mas só agora o pesquisador conseguiu concluir todo o material depois de décadas de trabalho. A descoberta do fóssil do feto será divulgada oficialmente em publicações científicas. Segundo Cástor, esta é a primeira vez que um registro como este é feito no Brasil.
“A preservação do feto é extraordinária, melhor que o da mãe”, conta o professor. A mãe media cerca de seis metros, já o feto tinha cerca de 25 centímetros”, completou.
O achado, que demoramos anos para dar conhecimento publicamente, é espetacular e único, no ponto de vista da ciência. Isso é valorizar nosso passado”, reforçou o pesquisador.
As ‘tocas’ das preguiças gigantes
Professor e pesquisador Càstor Castelli é o responsável pela descoberta — Foto: Guilherme Simões
Uma “toca” com 340 metros de comprimento visitada por preguiças gigantes há mais de dez mil anos, ganhou proteção da Justiça mineira na semana passada.
Chamada de paleotoca, a estrutura fica nos limites do Distrito Espeleológico Serra do Gandarela, em Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Apesar do nome complicado, as paleotocas são nada menos que cavidades pré-históricas, escavadas em rochas por animais já extintos. Em agosto de 2010, durante estudos espeleológicos, 69 cavidades foram classificadas como possíveis paleotocas na Serra do Gandarela.
Porém, esta de 340 metros foi a única a apresentar sinais de megafauna, como a preguiça gigante de dois dedos que chegava a medir seis metros de cumprimento.
por Redação 2JN – g1ba
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