PF investigará Eduardo Bolsonaro por comparar professor a traficante

Determinação é do ministro da Justiça e Segurança Pública Flavio Dino. Em evento armamentista, no domingo, deputado e filho do ex-presidente faz uma incitação contra os educadores ao acusá-los de "doutrinação"
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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, determinou, nesta segunda-feira, que a Polícia Federal (PF) investigue as falas do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) durante um evento armamentista, em Brasília, no fim de semana. Conforme salientou, a corporação vai apurar possíveis crimes, incitações ou apologias, uma vez que o filho do ex-presidente da República disse que “professores doutrinadores” são piores do que traficantes de drogas.

“Determinei à Polícia Federal que faça análise dos discursos proferidos, neste domingo, em ato armamentista, realizado em Brasília. Objetivo é identificar indícios de eventuais crimes, notadamente incitações ou apologias a atos criminosos”, publicou Dino.

Eduardo participou de um encontro organizado pelo grupo Proarmas. No discurso, o deputado comparou os professores a um vendedor de drogas afirmado que “ele vai causar discórdia dentro da sua casa, enxergando opressão em todo tipo de relação”.

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Além da investigação pela PF, a comparação do parlamentar gerou forte reação de professores e parlamentares. O deputado Guilherme Boulos (PSol-SP) anunciou que entrará com uma representação no Conselho de Ética da Câmara contra Eduardo. A bancada mineira do PT na Casa, por sua vez, acionou o Ministério Público Federal para abertura de inquérito contra a afirmação do filho de Bolsonaro. Já o PSol e os deputados Sâmia Bomfim (SP), Luciene Cavalcante (SP), além de Idilvan Alencar (PDT-CE), acionaram o MPF, a Procuradoria-Geral da República (PGR) e o Supremo Tribunal Federal.

Ex-reitor

Dino também anunciou que o governo federal tomará “as providências cabíveis” após a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) que arquivou representação contra o ex-reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Luiz Carlos Cancellier. Ele foi preso em 2017 sob suspeita de superfaturamento na instituição, mas, enquanto respondia a processo, foi encontrado morto em um shopping, em Florianópolis. Segundo o TCU, as denúncias contra o reitor eram improcedentes.

“Com base na decisão do TCU sobre as alegações contra o saudoso reitor Luiz Carlos Cancellier, da UFSC, irei adotar as providências cabíveis em face de possíveis abusos e irregularidades na conduta de agentes públicos federais”, publicou Dino.



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por Redação 2JN – correiobrasiliense

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