Um jovem de 25 anos morreu após internação na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de São Marcos, em Salvador, na segunda-feira (3). A família alega que houve uma falta de diagnóstico no laudo médico.
Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) lamentou a morte de Bruno e disse que os fatos serão apurados para esclarecimentos públicos e junto à família.
A família de Bruno Mota dos Santos informou que os sintomas de ânsia de vômito, dor de barriga e febre começaram na última semana. Primeiro, o jovem procurou o Hospital Professor Eládio Lasserre, onde recebeu o diagnóstico de virose. Ele foi medicado e liberado para casa.
A irmã de Bruno, Caroline Mota, disse que o irmão chegou a melhorar, mas voltou a passar mal e procurou a UPA de São Marcos, onde teve o mesmo diagnóstico e o mesmo atendimento: foi medicado e liberado.
No entanto, Bruno continuou com os sintomas fortes e buscou então a UPA do bairro de Santo Inácio, onde teve a mesma assistência. Após apresentar um quadro convulsivo, ele retornou então com a esposa para a unidade de São Marcos.
“Quando ele chegou na UPA, a esposa, que estava com ele, pediu teste de dengue, chikungunya e meningite. Eles falaram que fizeram, mas em nenhum momento, quando constataram o óbito de meu irmão, apresentaram o exame a gente”.
“Quando a gente perguntou se a chikungunya e a zika tinham sido descartadas, os médicos estavam muito nervosos. Só queriam saber de dar o laudo deles, dizendo que se a gente viesse para o IML seria demorado e mais complicado. Então, se o médico falou isso porque alguma coisa tem”, especulou Caroline.
Segundo a irmã de Bruno, ele foi medicado com diazepam, um medicamento ansiolítico que também é usado para conter convulsões – quadro de saúde que a família afirma que o jovem apresentava.
“Ele [médico] mandou a esposa dele [Bruno] mexer nele e tentar acordar meu irmão. Meu irmão em nenhum momento reagia, só respirava fundo. Só quando entrei, que eu mexi nele, que aí ele mexia as mãos, e eu peguei no pé dele e ele correspondeu. Não sei se ele estava querendo falar algo”.
Família alega ter sido impedida de ver paciente Veja Video >>>
Também de acordo com a irmã de Bruno, os familiares foram impedidos de ficarem junto do jovem, depois que ele foi medicado.
“Depois dessa hora, eles não deixavam a gente entrar. Eu ia para a assistente social, e a assistente social me jogava para o porteiro. O porteiro dizia que só com a assistente social. Eu falei que ia entrar de qualquer jeito, porque era um direito meu ver meu irmão. Em nenhum momento eles deixavam a gente entrar. Foi um jogo em impasse, até acontecer o que aconteceu com meu irmão”.
Carolina e a família registraram um boletim do caso na 10ª Delegacia de Pau da Lima, que expediu uma guia para necropsia do corpo e vai investigar a causa da morte.
O corpo de Bruno será sepultado às 16h desta terça-feira, no Cemitério Ordem Terceira de São Francisco.
Jovem morre após internação em UPA de Salvador e família alega falta de diagnóstico em laudo médico — Foto: Reprodução/TV Bahia
por Redação 2JN
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