A Comissão de Valores Mobiliários, xerife do mercado de ações, decidiu investigar os bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, que protagonizaram uma fraude de R$ 20 bilhões nos balanços das Americanas e querem agora dar calote de até 90% nos bancos e fornecedores, numa dívida total de R$ 43 bilhões.
“A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) constituiu uma força-tarefa de áreas técnicas para analisar o caso Americanas e tem sete procedimentos abertos para analisar o assunto, incluindo a conduta dos acionistas de referência formado pelo trio Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles. As superintendências envolvidas são as de Relações com Empresas (SEP), Relações com o Mercado e Intermediários (SMI), Normas Contábeis e Auditoria (SNC), Processos Sancionadores (SPS), Proteção e Orientação aos Investidores (SOI), Registro de Valores Mobiliários (SRE) e Securitização (SSE)”, aponta reportagem do Valor.
“No processo administrativo 19957.000491/2023-12, a SEP analisa a conduta da companhia, acionistas de referência e administradores da Americanas, à luz de informações prestadas ao mercado. Em um comunicado publicado ontem à noite, a CVM informou que vai analisar as informações do pedido de tutela cautelar antecedente vis-à-vis as informações divulgadas, até então, a respeito das inconsistências contábeis divulgadas em 11 de janeiro, Inclui também a decisão da companhia de protocolar pedido de recuperação judicial com créditos estimados em R$ 43 bilhões”, acrescenta a reportagem.
O projeto
No início de 2023, os brasileiros foram surpreendidos pela maior fraude contábil da história do Brasil: a maquiagem contábil de R$ 20 bilhões nos balanços das Americanas, empresa varejista controlada por Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, três dos homens mais ricos do País.
A fraude foi surpreendente porque atingiu em cheio três personagens cultuados pelo jornalismo econômico como “heróis” do capitalismo brasileiro, que são também controladores da Ambev e atuaram no processo de privatização da Eletrobrás, realizado na calada da noite. Inexplicavelmente, a fraude também não foi captada pelos auditores da PwC, uma das maiores empresas de auditoria do mundo.
O escândalo culminou com um calote bilionário nos credores, que terá como consequência maiores restrições no mercado de crédito privado, com repercussões negativas no crescimento econômico. Além disso, os funcionários perderam seus empregos, dezenas de milhares de investidores viram seus recursos virarem pó e mais de mil fundos de investimento, até mesmo de renda fixa, foram negativamente afetados.
Para completar a catástrofe, os controladores se negaram a capitalizar a empresa, mesmo depois de terem recebido, durante vários anos, dividendos sobre lucros forjados. Além de fraude aos credores, o caso também tem indícios de fraude tributária. E os donos da empresa, que são os principais propagadores da tese da “meritocracia”, com forte influência na agenda pública, ostentam um estilo de vida luxuoso, com bens como iates, helicópteros e jatinhos de altíssimo luxo.
Para realizar este projeto, a TV 247, que tem hoje praticamente 1,2 milhões de inscritos em seu canal e um histórico de diversos documentários bem-sucedidos, irá entrevistar investidores, funcionários, fornecedores das Americanas, assim como autoridades incumbidadas de regular e fiscalizar o mercado de capitais. Entre os profissionais da TV 247, estão nomes consagrados do jornalismo profissional brasileiro, como Leonardo Attuch, Florestan Fernandes Júnior, Luís Costa Pinto, Helena Chagas, Tereza Cruvinel, Joaquim de Carvalho, Hildegard Angel e Mario Vitor Santos.
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por Redação 2JN – barsil247
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