Lula no JN foi o flashback do Brasil que queremos; veja vídeo

A repercussão da entrevista do ex-presidente deixou inequívoca a percepção de que todo esse ódio e miséria precisam acabar. Foi como se milhões de brasileiros lembrassem de uma boa recordação e quisessem vivê-la de novo
0

 

 





Às 20h30 de quinta-feira (25) surgia na bancada do Jornal Nacional o homem que durante os últimos anos foi retratado pelo próprio telejornal como um pária. Quando William Bonner e Renata Vasconcelos anunciaram seu nome e a câmera focalizou pela primeira vez seu rosto, o semblante era de tranquilidade, sem qualquer rancor ou expressão de revanchismo.Lula falou ao Brasil inteiro, com sua voz rouca, num tom de esperança, conciliação e manifestando uma força e gana tremendas. À vontade, não se irritou com nada, sequer com as insistentes perguntas incômodas e provocativas dos âncoras a serviço da família Marinho. Era um estadista em estado pleno.

O ex-presidente expôs o ex-juiz Sergio Moro, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e a própria emissora carioca, de forma indireta, em uma só pergunta de Bonner sobre corrupção. O âncora abriu a entrevista citando que o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou Moro parcial e anulou a condenação de Lula no caso “triplex do Guarujá”, mas enfatizou que “houve corrupção na Petrobras”. “Como o senhor vai convencer os eleitores que isso não vai se repetir?”, perguntou o jornalista.

Lula, então, disse que considera importante tocar nesse tema pois, segundo ele, foi “massacrado durante 5 anos” e hoje está “tendo a oportunidade de falar disso abertamente ao vivo”.

“Primeiro, a corrupção só aparece quando você permite que ela seja investigada. Foi no meu governo que a gente criou o Portal da Transparência, Lei de Acesso à Informação, lei contra o crime organizado, lavagem de dinheiro, Coaf”, afirmou o candidato, citando outras medidas de fortalecimento de mecanismos de combate à corrupção criados em seu governo.

Houve ainda tempo para afrontar diretamente Jair Bolsonaro, conhecido pelo aparelhamento descarado que implantou nas instituições que deveriam fiscalizar seu governo. “Eu poderia ter escolhido um procurador engavetador, poderia ter feito isso e não fiz, escolhi da lista tríplice. Poderia ter colocado um delegado na Polícia Federal que eu pudesse controlar, não fiz. Vamos continuar criando mecanismos para investigar qualquer delito na máquina pública brasileira. Eu poderia, por exemplo, fazer decreto de sigilo de 100 anos, sabe, que está na moda? Sigilo para os meus filhos, assessores. Ou colocava um tapetão para não investigar”, pontuou.

Perguntado a respeito de como pretende se relacionar com o centrão, num questionamento que veio no contexto do atual presidente Jair Bolsonaro, eleito em 2018 prometendo acabar com o “toma lá, dá cá” entre Executivo e Legislativo, mas que cedeu nesse exato sentido para manter-se no cargo, o que tornou, para muitos, Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, o “verdadeiro governante” do Brasil, e rendeu o apelido de “Tchutchuca do Centrão” ao governante de extrema-direita, Lula respondeu:

“Acabou o presidencialismo. Bolsonaro não manda nada. Ele é refém do Congresso Nacional. Ele não manda nem no orçamento. Sequer do orçamento, quem cuida é o Lira, ele que libera verba. Os deputados e governadores ligam para o Lira, e não para o presidente, para pedir liberação de verba. Isso nunca aconteceu desde a Proclamação da República. O Bolsonaro parece um bobo da corte”, disparou o petista.

Os jornalistas do JN ainda tentaram colar a pecha de extremista no candidato do PT ao Planalto ao mencionar o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), organização demonizada por vários setores liberais da sociedade e, sobretudo, pelos bolsonaristas ultrarreacionários.

Só que ao mencionar o movimento que luta por reforma agrária e tentar ligá-lo a Lula, por seu passado de grandes invasões a latifúndios, o ex-ocupante do Palácio do Planalto que pretende voltar ao cargo surpreendeu os dois jornalistas, explicando o papel e a importância do MST para a agricultura e o meio ambiente do país.

“O MST tá fazendo uma coisa extraordinária, tá cuidando de produzir. Não sei se vocês sabem, mas o MST hoje tem várias cooperativas, o MST é o maior produtor de arroz orgânico do Brasil. Você tem que visitar uma cooperativa do MST, Renata, e você vai ver que aquele MST de 30 anos atrás não existe mais… Agora, o Bolsonaro tá ganhando alguns fazendeiros porque tá liberando armas… E tem gente que acha bom ter arma em casa, que é bom matar alguém”, disse Lula, o que deixou a apresentadora do telejornal claramente surpresa e sem reação.



  Hospedagem Web Ilimitada A Partir De 12/Mês

  A Melhor Hospedagem Web pelo melhor preço do Brasil





Neste momento, o ex-presidente sentiu que deveria falar sobre ódio e convivência pacífica no campo, dois pilares demolidos por Bolsonaro, e então disse que os diferentes setores da agricultura devem voltar a viver com respeito, como no período de seu governo.

“O que nós queremos é pacificar esse país, porque para mim, o pequeno produtor rural e o médio produtor rural têm que viver pacificamente com o agronegócio… O Brasil tem possibilidade de ter os dois… Um, produz mais internamente, o outro, produz mais externamente… Ou seja, eu digo sempre o seguinte: O Blairo Maggi, que é o maior produtor de soja do mundo, talvez ele não crie a galinha caipira que ele gosta de comer, talvez ele não crie o porquinho orgânico que ele gosta de comer, e então ele vai comprar no pequeno proprietário… Então, é extremamente importante e necessária a convivência pacífica dessa gente, e nós já fizemos isso uma vez, Renata, e vamos fazer outra vez”, disse.

Num dos momentos de maior emoção, Lula explicou por que não ficou em casa descansando e ostentando a marca de “melhor presidente da história”, visto sua estrondosa aprovação no fim do mandato, segundo pesquisas de opinião. Ali ele se mostrou um predestinado. Não chorou, mas certamente fez muita gente chorar.

Não se trata de tietagem, ou de preferência. A entrevista, àquela altura, provava que não há qualquer outro brasileiro neste momento que esteja mais apto a pacificar e tentar resgatar o país das trevas onde naufragou em alto mar. O ódio e o caos absoluto em que estamos vivendo precisa acabar. Foi como se milhões de brasileiros tivesse um flashback. Era uma recordação boa eclodindo na memória. Foi como se todo mundo quisessem viver aquilo novamente.

“Eu vou voltar a governar esse país, se assim o povo permitir, e vou fazer as coisas melhores do que as que eu já fiz. A minha obsessão, Bonner, a minha obsessão… Um homem de 76 anos de idade, que digo todo dia que tem a energia de um de 30, querer voltar a governar esse país, mostrar que é possível recuperar esse país, a economia voltar a crescer, gerar emprego, gerar melhoria nas condições na vida das pessoas, eu estou convencido disso… Se eu não acreditasse nisso, eu preferia ficar em casa, sabe, vivendo os louros de ser o melhor presidente da história desse país, mas não!”, disse Lula, com a voz claramente embargada.

Veja VÍDEO da entrevista na íntegra AQUI



Crie Sua Loja Virtual Gratuita Em Questão De Minutos por R$ GRATIS

Crie Sua Loja Virtual Gratuita em Plataforma Weebly em Questão de Minutos







por Redação 2JN

Modelos de Sites Jornalísticos/TV e Radio Web/Lojas Virtuais da PescWeb

RECOMENDADOS PRA VOCÊ