Após a saída de Milton Ribeiro na segunda-feira (28), Victor Godoy Veiga foi nomeado para assumir o Ministério da Educação (MEC) de forma interina. A nomeação foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira (30), assinada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).
Victor Godoy era o secretário-executivo da pasta, posto assumido durante a gestão de Ribeiro. Ele será o quinto nome a ocupar o cargo no governo de Bolsonaro.
Na terça-feira (29), a analista de política da CNN Thaís Arbex informou que Godoy era o nome mais cotado para assumir o MEC, com apoio de uma ala expressiva do governo Bolsonaro.
“O Planalto entende que é o melhor nome. Um nome técnico, uma pessoa da carreira da Controladoria-Geral da União (CGU), bastante próxima do ministro da CGU, Wagner Rosário. Então há um movimento para isso”, afirmou Arbex no vídeo abaixo.
A analista também comentou a razão de Godoy assumir o cargo de forma interina. “A formalização da saída do ex-ministro Milton RIbeiro em sua carta, ele dá um indicativo de que pode voltar. Há um entendimento dentro do governo de que se, em algum momento, ficar provado que ele não tem nada a ver com o suposto esquema de corrupção, de tráfego de influência, ele pode retornar”, concluiu.
O analista de política da CNN Caio Junqueira também antecipou na segunda-feira (28) que a escolha de Victor Godoy ocorreu após o nome ser apresentado pelos evangélicos. “Com a saída, os evangélicos levaram uma sugestão a Bolsonaro: que ele mantenha o secretário-executivo, Victor Godoy, como interino e ao final das investigações contra Milton Ribeiro, se nada for provado contra ele, que o ministro demitido nesta segunda-feira (28) retorne ao cargo. Há um cálculo eleitoral aí: isso deve ocorrer próximo a campanha eleitoral e seria vendido na campanha como um triunfo eleitoral.”
Ribeiro anunciou sua exoneração da pasta na segunda. A exoneração foi publicada em uma edição extra do “Diário Oficial da União”, assinada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).“Não me despedirei, direi até breve”, disse o ex-ministro em carta entregue a Bolsonaro. Ribeiro é alvo de um inquérito da Polícia Federal (PF) e do Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeitas de favorecimentos a pastores na distribuição de verbas do Ministério da Educação (MEC).
Diante das suspeitas, Ribeiro, que foi convidado a comparecer ao Senado para prestar esclarecimentos sobre o caso, diz que decidiu “solicitar ao Presidente Bolsonaro a minha exoneração do cargo, com a finalidade de que não paire nenhuma incerteza sobre a minha conduta e a do Governo Federal”. No rascunho da carta, Ribeiro diz ainda que deve retornar à pasta. “Depois de demonstrada minha inocência estarei de volta, para ajudar meu país e o Presidente Bolsonaro na sua difícil mas vitoriosa caminhada.”
Em um áudio obtido pelo jornal “Folha de S.Paulo” e em reportagens do “O Estado de S. Paulo”, Ribeiro é envolvido no que seria um esquema de favorecimento a pastores na pasta.
Em uma conversa gravada, o ministro afirma que recebeu um pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL) para que a liberação de verbas da pasta fosse direcionada para prefeituras específicas a partir da negociação feita por dois pastores evangélicos que não possuem cargos no governo federal.
Na semana passada, Ribeiro negou que tenha favorecido pastores. Em nota enviada à CNN, o ministro dizia ainda que o presidente “não pediu atendimento preferencial a ninguém, solicitou apenas que pudesse receber todos que nos procurassem”.
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